sábado, 11 de setembro de 2010

Disciplina: Questões multiculturais para o ensino de arte - Resumo da Unidade 1 – Por que pragmatismo? Imaginado novas formas de ensino da arte

Este artigo não tem o objetivo de divulgar as idéias filosóficas do pragmatismo. Porém apenas abordar os desafios da educação artística atual e repensar sua renovação numa perspectiva crítica em relação à ditadura do método.
Buscando soluções para os problemas do ensino da arte, encontrei de modo circunstancial as idéias de Rosty, Dewey, Shusteman ou Greene. Estes autores me ajudaram a ter um novo olhar, mudar as metáforas, permitindo aprofundar em formas de entender o ensino de arte. Questões do pragmatismo, como o questionamento do instituído.
Dewey e Shusterman afirmam que cada teoria da arte é uma resposta intelectual a certas condições socioculturais e as perplexidades diários, que nos convidam a deixar os conceitos e ir em busca de novas teorias que traga resposta para inquietações do nosso tempo.
A impossibilidade da verdade, no pragmatismo, proporciona ao educador a possibilidade de construir seu próprio discurso com base em suas idéias e experiências. O pragmatismo aceita o uso de expressões menos usuais de expressão do conhecimento.
A proposta de Dewey que concebe arte como experiência, dando a possibilidade de enquadrar as práticas culturais e a experiências estéticas daqueles que ensinam arte.
Um dos dilemas da educação artística esta no fato de que os professores são formados para valorizar a estética refinada da aristocracia, porém vive em seu cotidiano experiências culturais muito distantes dessa realidade.
Para pensar a arte como experiência e relato aberto, é preciso tirar a dimensão transcendental. A abordagem feita com um resumo de experiências, que possibilita infinitas interpretações, pois seu valor e sua essência esta na atividade experimental a qual foi criada, é observada e utilizada.
Para conceber as obras de arte como relato aberto pressupõe neutralizar seu caráter elitista, alegando seu grau de aceitação, legibilidade e aceitação pela maioria.
Experimentar a obra de arte em seu contexto histórico e cultural, aceitando que seus significados podem ser alterados com a mudança dos hábitos e da realidade que influenciaram nossas experiências.
Experiências tidas como evolução da lógica e da razão foram nada mais que estratégias empregadas com práticas de existência. Implicando alterar a história d arte, concebida atualmente como estilos, fechados, para ser visto como jogos metafóricos, que vem e vão, em função de contingências históricas e culturais.
Compreender as obras de arte em termos de experiência de vida, considerando o que é mais valioso e significativo e nossas experiências diárias. Permite ao educador relacionar e dar continuidade as formas refinadas e intensas, que é a obra de arte e os acontecimentos, a constroem a experiência cotidiana.
Para Dewey, ter continuidade entre experiência estética e artes é romper com concepções fragmentadas das belas artes. Para Shusterman, Dewey rompeu com a dicotomia, com a continuidade de um conjunto de noções binárias e distinções genéricas tradicionais.
Assim, as concepções estéticas trazem para o trabalho do educador a tarefa de promover e estimular a continuidade entre formas refinadas e intensas da experiência (obra de arte), e a experiência do cotidiano. Dessa forma, encontrado a delimitação do campo de estudo, esta é a razão pela qual se deve incluir em seus estudos a cultura visual. Não há contradição nesse aspecto. Estudos de cultura visual abriram para pesquisas de arte e reconhecimento para as experiências estéticas da maioria da população.
Para Shusterman, o projeto pragmatista para a arte não é abolir a instituição da arte, mas transformá-la. Primeiro abrindo para outras formas de produção estéticas. Segundo, porque “precisamos de uma abertura maior para a grande arte promovendo uma agenda ética e sócio-politica progressista” (Shusterman,2002:185).
O estudo da cultura visual como um campo alternativo é distinto do estudo da arte culta. Para essas formas culturais de experiências, nenhum tipo de arte é insignificante. E com grande potencial didático.
Ainda hoje, a arte erudita é utilizada como instrumento legitimador de certas ideologias hegemônicas e reforçador do status quo de uma aristocracia culta. Por isso a necessidade de uma agenda ética. Por isso é interessante o diálogo, a dialética, articulador desses campos de confronto no ensino de arte, pensar modelos pedagógicos para abordar esses temas.
Compreender a cultura visual na perspectiva da experiência é apenas uma resposta aos problemas de hoje. Todas essas manifestações são respostas as necessidades de expressão cultural e estética, mediadas por um contexto que lhes dá sentido.
Essas respostas podem ser usadas para revitalização e como começo de suas próprias experiências, podem sofrer análise crítica e desconstrução em relação as redes de poder.
A estética de Shuterman (2002), representa o fracasso do projeto modernista para superar o rompimento entre a arte culta e a vida. Projetos de integração entre a vida cotidiana e as expressões artísticas populares fracassaram, aprofundando ainda mais as diferenças entre os usuários das artes eruditas e populares. Foram absorvidos pelo sistema, separando ainda mais aristocracias culturais e a população culturalmente submissa. Para Shusterman, quando a arte erudita se opõe a arte popular, surge um novo cenário para o rompimento desta hegemonia cultural e a transformação da concepção de arte.
A arte popular esta inserida no debate da estética contemporânea. Para o autor do texto, a análise de Shuterman é precisa, porém incompleta, pois não é a razão do fracasso e mudar o objeto de estudo ou incluir novas formas culturais , implica mudar sua utilização. A modernidade nos mostrou a capacidade fagocitária das instituições de arte, em incluir em seu meio o oposto.
E poderia acontecer o mesmo com a arte popular, ser fagocitada pela estética burguesa. É necessário mudança no olhar pela educação, onde freqüentemente se pretende que uma substituição no currículo represente um novo conceito de educação.
A estética pragmatista pode auxiliar na mudança do foco, direcionando para a experiência. O encontro da arte com a vida resulta do uso que fazemos dele.

Bibliografia
Ariaga, Imanol Aguirre. Por que pragmatismo? Imaginado novas formas de ensino da arte.Apostila do curso. UFG.

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